segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quer pagar quanto? O valor da biodiversidade

A ideia do post de hoje veio depois de ler um artigo sobre o valor da biodiversidade e de ter assistido ao filme Bee Movie ontem, na Globo (acreditem, tem tudo a ver!).

Pra alguns, parece que o valor da biodiversidade não pode ser calculado. No entanto, se você parar pra pensar que a natureza presta uma série de serviços à humanidade, economicamente falando, é preciso calcular, sim! Claro que, algumas coisas, são impossíveis de serem calculadas, mas algumas podem e devem ser.

“O custo da perda da biodiversidade está avaliado entre 2,5 e 4,5 trilhões de dólares anuais, o equivalente ao PIB do Japão”, afirmou o CEO da Philips no Brasil, Marcos Bicudo. Os dados são do projeto “A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade”, ou relatório TEEB, como vem sendo chamado pela sua sigla em inglês (veja aqui a versão em português) o estudo conduzido pelo economista indiano Pavan Sukhdev, que afirmou: “se continuarmos no atual ritmo de destruição, o prejuízo será equivalente a 7% do PIB mundial em 2050”. Segundo Bicudo, o impacto econômico da biodiversidade precisa ser inserida na contabilidade das empresas, tanto na sua forma positiva como negativa.



Agora, quer saber o que isso tem a ver com o filme de ontem? Se você não assistiu Bee Movie, leia a sinopse aqui. Mas a parte que nos interessa é a que a abelha principal, Barry, se revolta com a raça humana porque eles consomem e vendem o mel que as abelhas produzem, além de escravizá-las em fazendas de mel. Por isso, ele organiza uma parada geral na produção de mel e na polinização das plantas. Aí você já imagina o que aconteceu, né? As flores morrem e os alimentos que dependem desse trabalho também. É o caos da economia.

Se você acha isso um exagero ou história de filme infantil, saiba que isso já está acontecendo no interior da SP. As abelhas estão desaparecendo e os empresários do agronegócio estão contratando pessoas para fazer a polinização das culturas de maracujá. Detalhe: a mão de obra contratada para fazer o serviço que deveria ser dos insetos já corresponde a um quinto do custo de produção — dispêndio concreto e objetivo que não existiria se as colmeias não estivessem sumindo.

É, parece que temos mesmo uma grande dificuldade de reconhecer o valor e avaliar os custos dos serviços ambientais. Por isso, é hora de acordar! Precisamos dar mais valor à biodiversidade e preservá-la para que possamos contar com seus "serviços" futuramente.

Curiosidades:

Os insetos que transportam o pólen entre as culturas têm seu valor estimado em mais de US$ 200 BILHÕES por ano na economia global de alimentos.











A pesca mundial emprega cerca de 200 milhões de pessoas, fornece cerca de 16% da proteína consumida no mundo e tem um valor estimado em US$ 82 BILHÕES.






Os recifes de corais valem mais de US$ 18 MILHÕES por quilômetro quadrado ao ano para a gestão dos riscos naturais, até US$ 100 MILHÕES para o turismo, mais de US$ 5 MILHÕES em material genético e bioprospecção e até US$ 331 800 para a pesca.







Vamos pensar melhor no assunto? Se você quiser ler mais sobre isso pode acessar o site do Fórum Biodiversidade e Nova Economia.

Abraços,

@ligiapacheco

2 comentários:

  1. Parabéns Li! Belo post!

    Bjos, Lais!

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  2. Owwww
    eu ja tinha pensando sobre isso(ja tinha visto o filme), mais lendo aqui com questao financeiras e tals, ficou bem mais claro e etc...

    muito bom o post Ligia

    continue com o bom trabalho

    abraços

    Paulo Ricarddo

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